sábado, 13 de agosto de 2011

Fotógrafo reúne imagens de baleias ao longo de 30 anos


O fotógrafo e pesquisador americano Charles "Flip" Nicklin documentou a vida de baleias em todo o mundo durante 30 anos. Suas principais fotos estão no livro recém-lançado "Among Giants, A Life with Whales" ("Entre gigantes, uma vida com baleias", em português).

Nicklin é o principal fotógrafo de baleias da National Geographic e tornou-se especialista em mamíferos marinhos. Durante sua carreira, ele acompanhou mais de 30 espécies de baleias e golfinhos. As imagens mostram migrações, momentos em que as baleias se alimentam, brincam entre si e com os pesquisadores que o fotógrafo acompanhava.

Em 2001, Flip Nicklin tornou-se um dos fundadores do Whale Trust, fundo que financia pesquisas e programas de educação sobre os cetáceos. Metade do valor do livro "Among Giants", que custa US$ 42 (R$ 68), é destinada à organização

Estudo revela porque mulheres sofrem menos infartos que homens

Pesquisadores britânicos afirmam ter descoberto porque mulheres correm muito menos risco de sofrer um ataque cardíaco antes do 50 anos do que homens da mesma faixa etária. A explicação seria que o estrogênio, o hormônio feminino, impediria o bloqueio das artérias permitindo a circulação do sangue. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Os cientistas da Universidade de Londres dizem que a teoria explicaria porque as mulheres passam a correr mais risco de sofrer paradas cardíacas após a menopausa, momento em que há um declínio na produção do estrogênio. Antes da menopausa, a ocorrência de doenças do coração e ataques cardíacos em mulheres é consideravelmente menor do que nos homens, mas quando as mulheres passam dos 50 anos, a incidência dos problemas se iguala aos níveis verificados entre homens.

Apesar de verificada a relação entre o estrogênio e o comportamento sanguíneo, cientistas ainda não sabem se o hormônio poderia ser utilizado em drogas para prevenir doenças do coração, já que o hormônio também pode aumentar o risco de alguns tipos de câncer. A especialista Suchita Nadkarni, que coordenou a pesquisa na universidade, afirmou que independente da possibilidade de surgirem novas drogas, "entender a maneira como o corpo naturalmente evita doenças do coração é vital para o desenvolvimento de novos tratamentos".

Melhores fotos astronômicas concorrem a prêmio britânico


A imagem mostra parte da constelação de Orion, com nuvens rosadas de hidrogênio e regiões negras de poeira estelar. Na parte esquerda da foto, se vê estrelas do cinturão de Orion.

Organizado pelo Observatório Real, na Inglaterra, o prêmio do melhor fotógrafo em astronomia recebeu a inscrição de mais de 700 imagens de fotógrafos amadores e profissionais ao redor do mundo. De meteoros atravessando o céu noturno a galáxias distantes, da aurora boreal a nebulosas, a terceira edição do concurso anual reúne registros de fenômenos espaciais próximos à Terra e no espaço profundo. Veja na galeria algumas das imagens concorrentes.

A decisão final dos juízes será anunciada no dia 8 de setembro e todas as fotografias premiadas serão exibidas no observatório. As inscrições foram realizadas pela internet e a cerimônia de premiação poderá ser acompanhada em tempo real pelo twitter (no perfil #Astrophoto11).

O concurso se divide em cinco categorias: o prêmio geral, que pagará 1,5 mil libras (quase R$ 4 mil); Terra e Espaço, para imagens que além de um tema espacial incluem pessoas ou paisagens terrestres; Nosso Sistema Solar, que paga até 500 libras; Espaço Profundo, para imagens de tudo que está além do Sistema Solar; e uma categoria apenas para jovens com até 16 anos. Os jurados ainda entregarão três prêmios especiais, de Pessoas e Espaço, Melhor Estreante e Imagem de Telescópio. Entre os dez jurados, estão astrônomos, jornalistas, fotógrafos, artistas e apresentadores de televisão.

Busca por universos paralelos é "promissora", diz cientista


A ilustração artística representa diversos universos-bolha e a maneira como eles estariam em contato uns com os outros

A ideia de universos paralelos sempre exerceu fascínio sobre cientistas, teóricos e roteiristas de filme, mas pouco consideravam a hipótese mais do que uma teoria divertida e capaz de dar "nós" no cérebro. Entretanto, agora cientistas estão pensando uma maneira de averiguar a existência de outros universos, partindo da crença de que, se eles existem, teríamos "esbarrado" uns nos outros. As informações são do site especializado Space.

Estas colisões deixariam marcas na radiação das micro-ondas cósmicas de fundo (CMB, na sigla em inglês), ou seja, na luz residual da explosão do big bang que permeia o universo. E é a partir do estudo desta radiação que os pesquisadores esperam descobrir se há indícios da existência de outros universos.

O conceito de universos múltiplos vem da teoria de inflação eterna, que propõe que, após o big bang, o espaço-tempo se expandiu em diversas frentes e em diferentes níveis, dando origem a universos-bolha que funcionam com suas próprias leis da física.

Descobertas promissoras
Daniel Mortlock, astrofísico da universidade College London, e sua equipe começaram as buscas por marcas de colisões entre universos, mas ainda não chegaram a resultados conclusivos. De acordo com Mortlock, o choque entre universos deixaria um padrão circular na luz residual do big bang. "Se você imagina duas bolhas se chocando, elas teriam marcas circulares na superfície de encontro, e é isso que estamos procurando na CMB", explica o astrofísico.

A equipe criou um algoritmo de computador para analisar os dados observados na CMB em busca do padrão circular. Em dados coletados pela Nasa, a agência espacial americana, o software encontrou quatro regiões "promissoras", mas os cientistas ainda consideram possível que se trate apenas de uma coincidência. O próximo passo da equipe é trabalhar com dados do observatório espacial europeu.

Para Mortlock, a existência de múltiplos universos tornaria mais fácil compreender porque o nosso universo reuniu todas as características "certas" para o surgimento da vida e do sistema solar. Se o número de universos é infinito, aumenta a probabilidade da junção de fatores que configuram o nosso. Mortlock já publicou dois artigos sobre o tema, mas ainda afirma que "é difícil pensar sobre o tema"

Aids: cientista propõe tratamento menos nocivo aos pacientes

Um cientista do centro Aaron Diamond de pesquisa da Aids de Nova York propôs um novo tratamento mensal contra a doença que seria menos nocivo e mais fácil de acompanhar que a atual medicação diária. O doutor David Ho pretende desenvolver moléculas que atuem como anticorpos e que possam ser administradas aos pacientes uma vez ao mês.

A proposta científica rendeu um prêmio de vanguarda 2011 do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (Nida), segundo informou nesta sexta-feira a entidade em comunicado. Um dos erros que apresenta o atual tratamento contra a aids, segundo o NIDA, é que um bom número de pacientes, sobretudo os dependentes químicos, não consegue acompanhar a dosagem diária da medicação, por isso que esta perde seu efeito.

"Os anticorpos que proponho não só são bem tolerados pelo organismo, mas têm um excelente histórico de segurança. Além disso, são administrados de maneira pouco frequente porque têm uma vida média (tempo de permanência no organismo após ser ingeridos) superior à das pequenas moléculas do tratamento atual", explicou Ho.

A diretora do Nida, Nora D.Volkow, afirmou que a proposta de Ho tem potencial para fazer com que o tratamento da aids seja menos nocivo para o paciente. Ho foi além na sua avaliação e previu que "esta pode ser a nova geração de medicação contra a aids".

O Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) anunciou em 3 de agosto que os casos de aids nos Estados Unidos mantiveram-se estáveis em torno de 50 mil ao ano entre 2006 e 2009, mas advertiu de um "alarmante cresimento" entre jovens negros homossexuais.

Pesquisa descobre supergene que protege borboletas da Amazônia

Como uma borboleta da Amazônia pode imitar nas asas os desenhos de congêneres venenosas para se proteger de deus predadores? Um estudo publicado nesta sexta-feira na edição online da revista Nature mostra que este misterioso mimetismo acaba de ser desvendado por cientistas, graças à análise de um "supergene".

"Este fenômeno tem intrigado cientistas há séculos, inclusive o próprio Darwin", afirmou Richard Ffrench-Constant, da Universidade de Exeter, no Reino Unido. "Nós realmente ficamos impressionados com o que descobrimos", completou Mathieu Joron, do Museu Nacional de História Natural de Paris, que chefiou as pesquisas da equipe franco-britânica.

Os desenhos complexos que a borboleta amazônica Heliconus numata ostenta em suas asas permitem a ela imitar seis espécies de borboletas venenosas, de sabor amargo, desagradável para as aves. As borboletas Heliconus capazes de imitar suas congêneres venenosas (Melineae) transmitem à suas descendentes esta proteção contra os predadores.

Mas, como todas as características necessárias são transmitidas? O "supergene" situado em um único cromossomo compreende cerca de 30 genes que controlam, juntos, muitas características como a cor das asas, que são "herdadas em bloco" pela geração seguinte, explicou Mathieu Joron. A "manutenção de boas combinações", que permite imitar diferentes espécies de borboletas venenosas, se deve a um "mecanismo quase inesperado", disse.

Dentro do "supergene", a ordem dos genes varia nas borboletas Heliconus que ostentam desenhos diferentes. Alguns genes se encontram "de costas uns para os outros", o que "suprime o processo natural de recombinação" genética no âmbito da reprodução sexuada, afirmou. Desta forma, "os genes se comportam como blocos colados", o que evita, segundo o pesquisador, a formação de formas intermediárias de borboletas que perderiam, assim, a vantagem do mimetismo.

A existência de grupos coordenados de genes que formam um supergene já era conhecida em outras espécies, como as flores primaveras ou na camuflagem de mariposas.

Alemã tem doença causada pelo muro de Berlim

Uma moradora de Berlim foi diagnosticada com Mauerkrankheit, ou "doença do muro", resultado de viver por muito tempo perto do muro erguido há 50 anos, em agosto de 1961, e que dividiu a cidade alemã durante quase três décadas.

O muro de Berlim dividiu uma cidade, famílias e deixou em algumas pessoas uma sensação de confinamento cujos resquícios ainda persistem em 2011. Gitta Heinrich, que morava nas proximidades do muro, atualmente não tem muros em volta de sua casa em Berlim. As cercas são de árvores e arbustos e, dentro de sua casa, as portas ficam abertas entre as salas.

Heinrich evita até hoje espaços fechados com multidões. A alemã vive no vilarejo de Klein-Glienicke, nos limites da capital alemã. O vilarejo, em 13 de agosto de 1961, se transformou em um lugar estranho quando o arame farpado foi desenrolado, isolando a casa de Heinrich de outras que ficavam apenas na outra rua.

Quando o muro ficou pronto, Klein-Glienicke se transformou na ilha da Alemanha Oriental na Berlim Ocidental. A divisa entre a zona soviética e a zona americana fazia um ziguezague naquela parte de Berlim, perto de Potsdam.

Devido à excentricidade da rota, o muro bloqueou um lado da rua de entrada do vilarejo, deu a volta em Klein-Glienicke e foi parar no outro lado da rua de entrada. Do lado de fora, ficava a Alemanha Ocidental; dentro, era a Alemanha Oriental. "O vilarejo todo era como uma prisão. Não importava onde você ia, você tinha de ver o muro", diz Gitta.

Aperto
Gitta estava de folga com o namorado na região do Báltico quando as barreiras começaram a subir em volta de sua casa: primeiro, o arame farpado, e depois, o muro e as torres de vigilância. Ela e o namorado ouviram a notícia e tentaram voltar para casa de trem, mas os serviços para cruzar Berlim estava suspensos. Eles tiveram de dar a volta na cidade para voltar ao vilarejo. Ele não conseguiu permissão de entrada dos guardas, pois não estava registrado como alguém que vivia em Klein-Glienicke.

Gitta viveu no local junto com o muro, e quando ele foi derrubado, em 1989, ela foi ao médico pois se sentia ansiosa e inquieta. O médico então a diagnosticou com a "doença do muro". "Era uma doença com um profundo impacto na mente. Era um sentimento real de aperto", diz.

A doença foi diagnosticada pelo psiquiatra Dietfried Mueller-Hegemann, de um hospital psiquiátrico de Berlim Oriental, que detectou indiferença e falta de propósito em seus pacientes. Mueller-Hegeman registrou pelo menos cem casos no hospital onde trabalhava, até que ele mesmo conseguiu fugir para a Alemanha Ocidental, em 1971.

Os sintomas descritos incluem depressão, mania de perseguição e várias tentativas de suicídio, causadas por uma "situação de vida muito deprimente depois de 13 de agosto de 1961", dia em que a fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental foi fechada.

Funeral
Depois que o muro foi erguido, a situação do vilarejo de Klein-Glienicke tornou-se surreal, com momentos comoventes. Em setembro de 1962, houve um funeral no vilarejo, mas alguns integrantes da família da pessoa morta haviam se mudado para a parte ocidental em 1958, e seriam presos se voltassem.

O padre então decidiu fazer a cerimônia em frente ao arame farpado, e aumentou o tom de voz para que as duas filhas pudessem ouvir a cerimônia fúnebre da mãe. "Pelo arame farpado podíamos ver a procissão do funeral com o caixão, o pastor e os familiares de Berlim Oriental, todos vestidos de preto", conta Ruth Hermann, neta da mulher que morreu.

"Não podíamos atravessar (para Berlim Oriental), tínhamos acabado de fugir para o ocidente. Meu pai, minha mãe e a irmã mais velha dela usavam roupas pretas, de luto, e foram protegidos pela polícia do lado ocidental." A cena foi registrada por um fotógrafo do jornal Berliner Morgenpost.

Leste-oeste
Os moradores de Berlim Ocidental podiam se mover para outros locais se quisessem. Havia três estradas que atravessavam a Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental, e voos também.

No entanto, para os berlinenses do lado oriental, o muro era um bloqueio. E a "doença do muro" era uma doença de Berlim Oriental. Apesar de toda esta situação, fotos de Klein-Glienicke tiradas na época mostravam uma normalidade surreal, como um jardim com uma criança sorridente e o muro de Berlim ao fundo. Ou então uma típica casa do vilarejo com uma torre de vigilância, também ao fundo.